ÁBACO
O ábaco é um antigo
instrumento de cálculo, formado por uma moldura com bastões ou arames paralelos, dispostos no sentido vertical, correspondentes cada um a uma posição
digital (unidades, dezenas,...) e nos quais estão os elementos de contagem
(fichas, bolas, contas,...) que podem fazer-se deslizar livremente. Teve origem
provavelmente na Mesopotâmia, há mais de 5.500 anos. O ábaco pode ser considerado como uma extensão
do ato natural de se contar nos dedos. Emprega um processo de cálculo com sistema
decimal, atribuindo a cada haste um múltiplo de dez. Ele é utilizado ainda hoje
para ensinar às crianças as operações de somar e subtrair.
Construção e
utilização do ábaco
Cada bastão contém bolas
móveis, que podem ser movidas para cima e para baixo. Assim, de acordo com o
número de bolas na posição inferior, temos um valor representado. Pode haver
variações, como na figura ao lado, onde se fazem divisões na moldura e o número de bolas é alterado. Observe que na figura temos
o número 6302715408 (por exemplo 8=5+3, com a parte superior representando múltiplos de 5, neste caso 0, 5 e 10).
Estrutura com hastes metálicas
divididas em duas partes, das quais uma tem duas contas e a outra, cinco
contas, que deslizam nessas hastes. Os ábacos orientais dispõem de varas
verticais divididas em dois, com as contas sobre a barra tendo o valor cinco
vezes superior aos das contas abaixo. O suanpan chinês dispõe de duas contas
acima da barra ou divisor e cinco abaixo. O moderno soroban japonês por outro lado, tem uma conta acima e quatro abaixo do divisor.
Algumas hastes podem ser
reservadas pelo operador para armazenar resultados intermediários. Desta forma,
poucas guias são necessárias, já que o ábaco é usado mais como um reforço de
memória enquanto o usuário faz as contas de cabeça.
Exemplo de cálculo
O cálculo começa à esquerda,
ou na coluna mais alta envolvida em seu cálculo, e trabalha da esquerda para a
direita. Assim, se tiver 548 e desejar somar 637, primeiro colocará 548 na
calculadora. Daí, adiciona 6 ao 5. Segue a regra ou padrão 6 = 10 - 4 por
remover o 5 na vara das centenas e adicionar 1 na mesma vara (-5 + 1 = -4) daí,
adicione uma das contas de milhares à vara à esquerda. Daí, passa a somar o
três ao quatro, o sete ao oito, e no ábaco aparecerá a resposta: 1.185.
Devido a operar assim, da
esquerda para a direita, pode começar seu cálculo assim que saiba o primeiro
dígito. Na aritmética mental ou escrita, calcula a partir das unidades ou do
lado direito do problema.
ÁBACO ESCOLAR
Ábaco escolar utilizado numa escola primária
dinamarquesa, do século XX.
Em todo o mundo, os ábacos têm
sido utilizados na educação infantil e na educação
básica como uma ajuda ao ensino do sistema numérico e da aritmética. Nos países ocidentais, uma tábua com bolas similar ao ábaco russo mas
com fios mais direitos e um plano vertical tem sido comum (ver imagem).
O tipo de ábaco aqui mostrado
é vulgarmene utilizado para representar números sem o uso do lugar da ordem dos
números. Cada bola e cada fio tem exactamente o mesmo valor e, utilizado desta
maneira, pode ser utilizado para representar números acima de 100.
A vantagem educacional mais
significante em utilizar um ábaco, ao invés de bolas ou outro material de
contagem, quando se pratica a contagem ou a adição simples, é que isso dá aos
estudantes uma ideia dos grupos de 10 que são a base do nosso sistema numérico.
Mesmo que os adultos tomem esta base de 10 como garantida, é na realidade
difícil de aprender. Muitas crianças de 6 anos conseguem contar até 100 de
seguida com somente uma pequena consciência dos padrões envolvidos.
Usos pelos
deficientes visuais
Um ábaco adaptado, inventado
por Helen Keller e chamado de Cranmer, é ainda utilizado por deficientes
visuais. Um pedaço de fabrico suave ou borracha é colocado detrás das bolas
para não moverem inadvertidamente. Isto mantém as bolas no sítio quando os
utilizadores as sentem ou manipulam. Elas utilizam um ábaco para fazer as
funções matemáticas multiplicação, divisão, adição, subtracção, raíz quadrada e
raíz cúbica.
Embora alunos deficientes
visuais tenham beneficiado de calculadoras falantes, o uso do ábaco é ainda
ensinado a estes alunos em idades mais novas, tanto em escolas públicas como em
escolas privadas de ensino especial. O ábaco ensina competências matemáticas
que nunca poderão ser substituídas por uma calculadora falante e é uma
ferramenta de ensino importante para estudantes deficientes visuais. Os
estudantes deficientes visuais também completam trabalhos de matemática
utilizando um escritor de Braille e de código Nemeth (uma espécie de código
Braille para a matemática), mas as multplicações largas e as divisões podem ser
longas e difíceis. O ábaco dá a estudantes deficientes visuais e visualmente
limitados uma ferramenta para resolver problemas matemáticos que iguala a
velocidade dos seus colegas sem problemas visuais utilizando papel e lápis.
Muitas pessoas acham esta uma máquina útil durante a sua vida.
Curiosidades
Foi mostrado que alunos
chineses conseguem fazer contas complexas com um ábaco, mais rapidamente do que
um ocidental equipado com uma moderna calculadora electrónica. Embora a calculadora apresente a resposta quase
instantaneamente, os alunos conseguem terminar o cálculo antes mesmo de seu
competidor acabar de digitar os algarismos no teclado da calculadora.
Experimente o uso do ÁBACO em sala de aula
AULA DE MATEMÁTICA COM O ÁBACO
Objetivos:
- Desenvolver o conceito de ordem posicional dos números.
- Leitura dos números até a dezena de milhar.
- Realizar a composição e decomposição dos números.
MATERIAIS:
- Caderno, lápis e borracha para registro
- Ábaco
PROCEDIMENTO:
Fazer agrupamento com os alunos: sentados em duplas ou em trio com o ábaco sobre a carteira.
Deixar um tempo para que mexam no material, façam a contagem, separem as cores, ou seja, um tempo livre para explorar o material.
Explicar a ordem das unidades, dezenas, centenas, unidade de milhar e o posicionamento das peças no ábaco.
Apresentar a atividade: A professora vai ditar os seguintes números e vocês vão fazer a decomposição no ábaco.
A cada número ditado, passar nas carteiras para ver as possíveis dificuldades e intervenções.
Em seguida, pedir para que façam a leitura do número decomposto.
Registrar no caderno a decomposição dos números. Não se esquecer de registrar a data.
Com o manuseio do ábaco nas aulas de matemática pude
perceber avanços significativos na aprendizagem de composição e decomposição de
números e na resolução de situações problema.
Os alunos tiveram ao seu alcance um material prático, colorido
e dinâmico. Quando disse que a aula estava chegando ao fim e que era hora de
guardar o material, eles pediram para continuar a atividade.
É a terceira vez no ano letivo que utilizo o ábaco na sala
de aula e estou muito feliz com os resultados. Tão feliz que registrei os
momentos para postar aqui no blog.
Os materiais didáticos estão na escola pra ajudar, melhorar
e aperfeiçoar o conhecimento dos alunos e não para ficarem guardados dentro de
armário. Se estiverem sujos é sinal de que foi usado e bem aproveitado!
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